Endoscopia: preparo, procedimento e importância do exame

A endoscopia (ou endoscopia digestiva alta) é um exame que permite a visualização direta do esôfago, estômago e duodeno. Utilizando um endoscópio, que é um tubo flexível com uma câmera na ponta, o médico pode identificar inflamações, úlceras, sangramentos ou outras anomalias na parte superior do trato gastrointestinal.

Esse exame também é utilizado para monitorar a resposta ao tratamento e para biopsiar áreas suspeitas de inflamação intestinal ou outras alterações.
Esse exame é fundamental para descartar a Doença de Crohn no trato intestinal alto e é extremamente útil para realizar biópsias duodenais, ajudando a identificar se a causa da diarreia do paciente é um sintoma de intolerância ao glúten, conhecida como Doença Celíaca.

É importante salientar que a Doença de Crohn e a Doença Celíaca podem se manifestar simultaneamente, o que torna a endoscopia um exame essencial para um diagnóstico preciso em pacientes com sintomas gastrointestinais persistentes.

Doença de Crohn e Doença Celíaca: como a endoscopia ajuda a diferenciar os diagnósticos

A Doença de Crohn e a Doença Celíaca são condições que afetam o trato gastrointestinal, mas possuem causas, sintomas e tratamentos distintos.

Semelhanças

Sintomas gastrointestinais: ambas as condições podem causar diarreia, dor abdominal e perda de peso.

Natureza crônica: ambas são condições crônicas que requerem gestão contínua.

Risco de desnutrição: devido à má absorção de nutrientes, ambas podem levar à desnutrição e outras complicações nutricionais.

Diferenças

Causa: a Doença de Crohn é uma doença inflamatória de causa desconhecida, enquanto a Doença Celíaca é uma condição autoimune desencadeada pelo glúten.

Localização da inflamação: a Doença de Crohn pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, enquanto a Doença Celíaca afeta principalmente o intestino delgado.

Tratamento: a Doença de Crohn é tratada com medicamentos anti-inflamatórios, imunossupressores e, em alguns casos, cirurgia. A Doença Celíaca é gerenciada com uma dieta estritamente livre de glúten.

Devido às semelhanças dos quadros, a endoscopia se torna um exame essencial para diferenciar a Doença de Crohn e a Doença Celíaca, pois permite a visualização direta do trato gastrointestinal e a realização de biópsias. Além disso, é importante ressaltar que, em alguns casos, ambas doenças podem se manifestar ao mesmo tempo.

Assim, na Doença de Crohn, a endoscopia pode revelar inflamação intestinal, úlceras, fístulas e estenoses em qualquer parte do trato gastrointestinal. As biópsias podem mostrar inflamação nas camadas mais internas (afetando todas as camadas da parede intestinal) e a presença de granulomas, que são característicos da Doença de Crohn.

Já na Doença Celíaca, a endoscopia do intestino delgado pode mostrar vilosidades achatadas ou danificadas. As biópsias do duodeno são essenciais para confirmar a presença de atrofia das vilosidades, que é um indicador chave da Doença Celíaca.

Conheça o preparo para a endoscopia

Para garantir a precisão e a segurança do exame de endoscopia, é fundamental que o paciente siga um preparo específico. Confira abaixo os principais itens para o preparo:

O principal preparo para a endoscopia digestiva alta é o jejum. O paciente deve evitar comer e beber por um período de 6 a 8 horas antes do exame. Isso é necessário para garantir que o estômago esteja vazio, permitindo uma visualização clara e reduzindo o risco de aspiração de conteúdo gástrico durante o procedimento.

Além disso, nas 24 horas que antecedem a endoscopia, é recomendado evitar alimentos difíceis de digerir ou que podem deixar resíduos no trato gastrointestinal, como alimentos gordurosos e ricos em fibra. Bebidas com corantes, principalmente os de cor vermelha, também devem ser evitadas, pois podem ser confundidas com sangue durante o exame.

Outro processo importante é informar ao médico do NuDii (Núcleo de Doenças Inflamatórias Intestinais) todas as medicações que você está tomando, incluindo suplementos. Algumas medicações podem precisar ser ajustadas ou interrompidas temporariamente antes do exame.

Por fim, é necessário que você vá ao exame acompanhado, pois sedativos são frequentemente usados durante a endoscopia. Esses sedativos podem causar sonolência e afetar a coordenação e o julgamento, impossibilitando a condução de veículos ou a realização de atividades que requerem atenção após o procedimento.

Se você ainda tem alguma dúvida sobre o preparo ou o processo após o exame, ou precisa agendar o procedimento, entre em contato conosco.

Como a endoscopia é feita?

No momento do exame, o paciente é posicionado deitado de lado e é administrado um sedativo intravenoso para relaxar e reduzir o desconforto. Um anestésico local também pode ser pulverizado na garganta para minimizar o reflexo de vômito.

Inserção do endoscópio: um endoscópio, que é um tubo longo e flexível com uma câmera e uma luz na ponta, é inserido suavemente pela boca, passando pela garganta, indo até o esôfago, estômago e duodeno. A câmera transmite imagens para um monitor, permitindo que o médico visualize diretamente o trato gastrointestinal superior.

Exame e Biópsias: Durante a endoscopia, o médico observa quaisquer anomalias, como uma inflamação intestinal, úlceras, sangramentos ou outras alterações. Se necessário, pequenas amostras de tecido (biópsias) são coletadas para análise posterior. Isso é feito através de pequenos instrumentos que são passados pelo canal do endoscópio.

Finalização do procedimento: após a inspeção e coleta de biópsias, o endoscópio é retirado com cuidado. O procedimento geralmente dura entre 15 e 30 minutos.

Faça sua endoscopia no NuDii, no Instituto Medicina em Foco

A endoscopia digestiva alta é um procedimento essencial para o diagnóstico e monitoramento de várias condições gastrointestinais, como a Doença Celíaca e Doença de Crohn. No NuDii (Núcleo de Doenças Inflamatórias Intestinais) do Instituto Medicina em Foco, contamos com uma equipe competente de médicos, incluindo proctologistas e gastroenterologistas, preparados para atender você com excelência e cuidado.

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Aviso:

Os dados fornecidos neste texto são para fins informativos e educacionais e não substituem a consulta médica. Sempre busque orientação médica para um diagnóstico e tratamento adequados.

 

Referências:

  1. Patient education: Upper endoscopy (The Basics). Uptodate. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/upper-endoscopy-the-basics?search=endoscopia&source=search_result&selectedTitle=8%7E150&usage_type=default&display_rank=7. Acesso em: 29 de julho de 2024.
  2. Anesthesia for gastrointestinal endoscopy in adults. Uptodate. 7 de novembro de 2023. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/anesthesia-for-gastrointestinal-endoscopy-in-adults?search=endoscopia&source=search_result&selectedTitle=3%7E150&usage_type=default&display_rank=2. Acesso em: 28 de julho de 2024.
  3. Overview of upper gastrointestinal endoscopy (esophagogastroduodenoscopy). Uptodate. 30 de julho de 2024. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/overview-of-upper-gastrointestinal-endoscopy-esophagogastroduodenoscopy?search=endoscopia&source=search_result&selectedTitle=1%7E150&usage_type=default&display_rank=1. Acesso em: 30 de julho de 2024.